domingo, abril 30, 2006
sábado, abril 29, 2006
sexta-feira, abril 28, 2006
No posto de escuta
de quando se me escapa o pé para os terrenos da dança. Ainda por cima com gente de belíssimo site pessoal.
Das diferenças que fazem a diferença # 10
Intelectual do burgo que se preze educou a sua relação com a morte desde cedo, junto dos melhores exemplos de representação artística relativos a tão funesto tema. Acompanhados pelas avós/tias/madrinhas em périplos de cultura e formação da personalidade confrontaram-se com a mortalidade perante peças de génio. O terror absorvente d'O Triunfo da Morte de Dürer no museu do Prado, a luminosidade única de Salomé recebe a cabeça de S. João Baptista imaginada por Caravaggio, ali à londrina National Gallery, o drama do sacerdote Laocoonte em luta agonizante com as serpentes de Apolo, drama de desfecho trágico conhecido enquadrado na opulência do acervo vaticano. O beco sem saída da coisa mortal, a incontornável degenerescência física que todos enfrentarão, todo o sentido da Vida deglutido à sombra dos melhores mestres.
No meu caso semprei me deixei fascinar na meninice pelas máquinas de fritar moscas que povoam cafés, casas de pasto e churrasqueiras. Comercializadas pelo mítico distribuidor O Dimas conseguiram familiarizar-me também o terror das mortes em massa, com a luz hipnótica roxa, que também é uma certa forma de arte barroca, com o desfecho trágico de inocentes insectos.
Hoje cresci e tenho este blogue. Todas as coisas têm uma explicação.
Intelectual do burgo que se preze educou a sua relação com a morte desde cedo, junto dos melhores exemplos de representação artística relativos a tão funesto tema. Acompanhados pelas avós/tias/madrinhas em périplos de cultura e formação da personalidade confrontaram-se com a mortalidade perante peças de génio. O terror absorvente d'O Triunfo da Morte de Dürer no museu do Prado, a luminosidade única de Salomé recebe a cabeça de S. João Baptista imaginada por Caravaggio, ali à londrina National Gallery, o drama do sacerdote Laocoonte em luta agonizante com as serpentes de Apolo, drama de desfecho trágico conhecido enquadrado na opulência do acervo vaticano. O beco sem saída da coisa mortal, a incontornável degenerescência física que todos enfrentarão, todo o sentido da Vida deglutido à sombra dos melhores mestres.
No meu caso semprei me deixei fascinar na meninice pelas máquinas de fritar moscas que povoam cafés, casas de pasto e churrasqueiras. Comercializadas pelo mítico distribuidor O Dimas conseguiram familiarizar-me também o terror das mortes em massa, com a luz hipnótica roxa, que também é uma certa forma de arte barroca, com o desfecho trágico de inocentes insectos.
Hoje cresci e tenho este blogue. Todas as coisas têm uma explicação.
quinta-feira, abril 27, 2006
da memória ao pontapé
de uma forma simples e sobejamente conhecida: a antiga sede da PIDE à António Maria Cardoso vai ser mesmo um condomínio de luxo. Gente de alta classe social e pouca classe pessoal pagará couro, cabelo, próteses e liftings para beberricar dry martinis à janela com vista para Tejo, Chiado e outros casarios, sem pensar nas camadas de gente a quem foram dados uns "safanões" naquele mesmo espaço. Blogger blasé que se preze, membro da confederação bem-pensante que se limita a encolher displicentemente os ombros ao 25 do 4 como muito tenho visto por estes dias, deve achar que estas são preocupações de esquerdalhos anal-retentivos que nunca conseguiram tragar as inevitabilidades do mercado. Eu cá acho que não passa de mais uma vergonha, num país que já não sabe o que isso é. Mas isso sou eu, moço inconsequente que se leva pouco a sério. Quem quiser informar-se com mais substância deve ir aqui, ainda há gente que se movimenta por essas ideias old fashioned. Eu por mim, rabisco.
Eu fui ao Cultura Estúpido # 1
prometeu-se falar do Futuro do humor, assim com letra grande. Afinal falou-se do Gato Fedorento, bom senso, Maomé, cartoons, Monty Python, Islão, mais bom senso, blogues e liberdade de expressão. Quanto a previsões é melhor ligar ao professor Karamba. Ou ao professor Bambo, que deve ser mais em conta.
prometeu-se falar do Futuro do humor, assim com letra grande. Afinal falou-se do Gato Fedorento, bom senso, Maomé, cartoons, Monty Python, Islão, mais bom senso, blogues e liberdade de expressão. Quanto a previsões é melhor ligar ao professor Karamba. Ou ao professor Bambo, que deve ser mais em conta.
Das armadilhas do discurso
vem hoje com o jornal Público um destacável sobre Matemática, destinado a captar a atenção das camadas juvenis. À parte o muito visível patrocínio do BES, que como se sabe tem uma apetência por números mais ou menos gordos e obscuros em universo -R [ver questões dos sobreiros, mensalões ou transferências para as ilhas Caimão], louve-se a iniciativa. Acontece que a insistência em grafias como "Kalkular", que dá nome ao dito suplemento, obrigará num futuro próximo à edição de suplementos para ajudar ao Português. Já tenho uma sugestão para nome....."Kamões é Kool".
Estás atento ao meu blogue José Manuel Fernandes? Tantas ideias boas e ninguém repara em mim. Koda-se!!
vem hoje com o jornal Público um destacável sobre Matemática, destinado a captar a atenção das camadas juvenis. À parte o muito visível patrocínio do BES, que como se sabe tem uma apetência por números mais ou menos gordos e obscuros em universo -R [ver questões dos sobreiros, mensalões ou transferências para as ilhas Caimão], louve-se a iniciativa. Acontece que a insistência em grafias como "Kalkular", que dá nome ao dito suplemento, obrigará num futuro próximo à edição de suplementos para ajudar ao Português. Já tenho uma sugestão para nome....."Kamões é Kool".
Estás atento ao meu blogue José Manuel Fernandes? Tantas ideias boas e ninguém repara em mim. Koda-se!!
quarta-feira, abril 26, 2006
Ah e tal_________________é quiz musical, escandalosamente fácil
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way?
I am human and I need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way?
I am human and I need to be loved
Just like everybody else does
There's a club if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well when exactly do you mean?
See I've already waited too long
And all my hope is gone
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way?
I am human and I need to be loved
Just like everybody else does
make your bids, que Abril deixa-me generoso
Espaço pub
É a Cultura Estúpido, hoje às 18h30 no São Luiz
Convidados: Rui Tavares e Ferreira Fernandes.
Moderador: Nuno Costa Santos. Agente provocador: Nuno Artur Silva.
Briefing: Prevê-se uma conversa solta sobre o futuro da comédia, com duas pessoas que fazem uso do humor nas suas actividades - a bloguística, ensaística e (agora) cronística, no caso do Rui Tavares; a cronística e jornalística (no caso do Ferreira Fernandes). Procurar-se-á responder a perguntas como: "De que Falamos Quando Falamos de Humor" e "O que é que nos fará rir daqui a 50 anos?".
prognósticos só no fim do jogo digo eu, rir daqui a 50 anos deverá ser algo marcado por mandatos presidenciais de gente que terá medalhado bolos-rei e anões de jardim, entre outras bizarrias. Mas isso digo eu, que não tenho cultura, estúpido. Ou cultura estúpida. Ou cultura de estúpidos. Ou uma cultura estúpida como...... olival no alto minho. Até logo, então.
É a Cultura Estúpido, hoje às 18h30 no São Luiz
Convidados: Rui Tavares e Ferreira Fernandes.
Moderador: Nuno Costa Santos. Agente provocador: Nuno Artur Silva.
Briefing: Prevê-se uma conversa solta sobre o futuro da comédia, com duas pessoas que fazem uso do humor nas suas actividades - a bloguística, ensaística e (agora) cronística, no caso do Rui Tavares; a cronística e jornalística (no caso do Ferreira Fernandes). Procurar-se-á responder a perguntas como: "De que Falamos Quando Falamos de Humor" e "O que é que nos fará rir daqui a 50 anos?".
prognósticos só no fim do jogo digo eu, rir daqui a 50 anos deverá ser algo marcado por mandatos presidenciais de gente que terá medalhado bolos-rei e anões de jardim, entre outras bizarrias. Mas isso digo eu, que não tenho cultura, estúpido. Ou cultura estúpida. Ou cultura de estúpidos. Ou uma cultura estúpida como...... olival no alto minho. Até logo, então.
terça-feira, abril 25, 2006
Das más efemérides
por ocasião do 20º aniversário do desatre nuclear a SIC Notícias está a passar neste momento um documentário sobre crianças e adolescentes, "meninos de Chernobyl", que por acordo entre a Ucrânia e Cuba estão a ser tratados no Hospital de Tarara. Parece que neste local se combatem de forma eficaz diversos tipos de cancros e doenças dermatológicas decorrentes da radiação.
Confrontado com isto José Manuel Fernandes deve estar a redigir o editorial de amanhã, em que apelará a que estes meninos abandonem aquela terra, evitando assim legitimações de um regime torcionário e feroz. Yuchenko é que não deve estar para aí virado. E o Zé Manel que simpatizava tanto com ele.
segunda-feira, abril 24, 2006
Presença # 4 no Indielisboa [Mirrormask]
mergulhar no adobe photoshop para ser inundado de beleza e querer ser assim gráfico, luxuriante na vida real. Cinema? também o é, de certa maneira.
domingo, abril 23, 2006
Home sweet home
Com um cumprimento ao Zé Mário, anuncio que não sou escriba, não sou conservador nem sou de direita mas tenho um fraquinho pelo anjo pornográfico Nelson Rodrigues. Este exemplar que aqui se apresenta ainda não o degustei, embora já o tenha comprado há mais de ano e meio. Vegetava durante estes licenciosos meses em casa do meu amigo Kaiser Soze, a quem o emprestei sem antes o ter desfolhado, como quem cede uma garfada do seu prato antes de sequer prová-lo. Erro crasso, este bom filho que a casa torna encontra agora uma longa lista de prioridades à sua frente, pelo que a sua leitura será atirada para as calendas. É livro de destino aziago, está visto. Como o das relações amorosas que nele se exploram, de x-acto e verbo em punho.
Com um cumprimento ao Zé Mário, anuncio que não sou escriba, não sou conservador nem sou de direita mas tenho um fraquinho pelo anjo pornográfico Nelson Rodrigues. Este exemplar que aqui se apresenta ainda não o degustei, embora já o tenha comprado há mais de ano e meio. Vegetava durante estes licenciosos meses em casa do meu amigo Kaiser Soze, a quem o emprestei sem antes o ter desfolhado, como quem cede uma garfada do seu prato antes de sequer prová-lo. Erro crasso, este bom filho que a casa torna encontra agora uma longa lista de prioridades à sua frente, pelo que a sua leitura será atirada para as calendas. É livro de destino aziago, está visto. Como o das relações amorosas que nele se exploram, de x-acto e verbo em punho.
Eles não precisam de mais publicidade, muito menos num pasquim de idiossincrasias de deboche, mas que é a dita é merecida, é-o de facto. A programação completa está aqui, qual esmola grande de que o pobre desconfia porque 3 euros aqui, 3 euros ali e lá se vai o salário em mise en scnenes (piscar de olho a Luis Miguel Oliveira e Augusto M. Seabra).
Ontem fui esmagado pela poesia do corta e cola de Edgar Pêra em homenagem ao mestre Paredes, de profissão arquivador de radiografias [Movimentos Perpétuos - Cine-tributo a Carlos Paredes] e fiquei mesmo desconcertado pelo culto e idolatria de Morrissey e dos Smiths (??!) na comunidade hispânica do sul da Califórnia [Is it really strange?], um mimo pop em registo freak.
O programa soma e segue, hoje cheira-me À Flor da Pele de Catarina Mourão.
sexta-feira, abril 21, 2006
quinta-feira, abril 20, 2006
Espaço Pub
na caixa de email um aviso de lançamento de mais um livro da muito recomendável Tinta da China, enviado pela editora Bárbara Bulhosa, para quem por coincidência já trabalhei em tempos idos de livros e shopping centers. Segue o verbo acerca do "novo" Cândido ou o Optimismo:
"A presente tradução, baseada na reprodução de um original da primeira edição guardado na Biblioteca Nacional de França, procura reabilitar o texto na sua versão inicial, preservando ao máximo as características típicas do discurso de Voltaire nos seus "contos filosóficos": frescura, liberdade de forma e imaginação. A ideia é que, apesar de traduzido, o leitor possa ler Voltaire e não os seus editores e fixadores de texto dos quase 250 anos que entretanto passaram."
A apresentação será feita pelo incontornável Rui Tavares no dia 23, pelas 18h30 na FNAC ao Chiado. Sim o mesmo Rui Tavares que enfrenta a liberal-demagógica Helena Matos nas páginas de sábado do Público. Deve ser cousa boa.
na caixa de email um aviso de lançamento de mais um livro da muito recomendável Tinta da China, enviado pela editora Bárbara Bulhosa, para quem por coincidência já trabalhei em tempos idos de livros e shopping centers. Segue o verbo acerca do "novo" Cândido ou o Optimismo:
"A presente tradução, baseada na reprodução de um original da primeira edição guardado na Biblioteca Nacional de França, procura reabilitar o texto na sua versão inicial, preservando ao máximo as características típicas do discurso de Voltaire nos seus "contos filosóficos": frescura, liberdade de forma e imaginação. A ideia é que, apesar de traduzido, o leitor possa ler Voltaire e não os seus editores e fixadores de texto dos quase 250 anos que entretanto passaram."
A apresentação será feita pelo incontornável Rui Tavares no dia 23, pelas 18h30 na FNAC ao Chiado. Sim o mesmo Rui Tavares que enfrenta a liberal-demagógica Helena Matos nas páginas de sábado do Público. Deve ser cousa boa.
quarta-feira, abril 19, 2006
Bonecos animados imperfeitos
se eu fosse um personagem do South Park teria mais ou menos este aspecto. E você?
Das fogueiras e outros lumes
faz hoje 500 anos que se assistiu à chacina de judeus em Lisboa, episódio da nossa História parcamente retratado no espaço público. Só tomei conhecimento deste "incidente" com a leitura há uns anos atrás d'O Último Cabalista de Lisboa, best-seller à sua escala do agora também português Richard Zimler. Foi um abanão mental, um dedo numa ferida que desconhecia. Para assinalar a data o Nuno Guerreiro, blogger clássico da nossa esfera, que eu não conheço de parte nenhuma, lançou a ideia de hoje rumar ao Rossio para acender uma vela in memoriam dos cerca de quatro mil consumidos no ódio dos gentios. Essa mesma ideia, que me parece absolutamente legítima, provocou reboliço, trocas de mimos entre blogues, acusações de manipulação, o diabo a sete. Se forem a um ou outro blogue famoso encontrarão as pistas do debate. Como disse, desconheço o Nuno, não sei se tem uma agenda política, um palm top ou um mero filofax, se é um judeu com segundas, terceiras ou quartas intenções. Simplesmente acho que teve uma óptima ideia e eu vou estar lá, a partir das 19h, tal como consta nos apelos.
Houve quem argumentasse "o que tenho eu a ver com aquilo que os lisboetas fizeram há 500 anos?" Suponho que sejam os mesmos que ignoram o Natal porque não têm nada a ver com um judeu com a mania das lideranças, nascido há 2000 anos, ou aqueles que trabalham invariavelmente no 10 de junho porque não se revêem num zarolho que escreveu umas larachas sobre ninfas e Vénus, em nome não se sabe bem de quem, do meu não foi concerteza.
Desafortunadamente, hoje também é o dia em que assinalo a morte do meu morto "mais importante", assim se pudesse atribuir uma escala de importância a quem nos foge por entre os dedos. A vela também servirá para ele, onde quer que esteja.
Este post é uma mera pausa, o disparate regressa ao agridoce dentro de momentos.
terça-feira, abril 18, 2006
Uma vida inteira de blogger à espera de um email deste gabarito
CORMETAL
COMPRAMOS SUCATA
A Cormetal, que atua a mais de 20 anos no mercado de RECICLAGEM compra para reciclar:
- alumínio
- inox
- latão
- metal
- cobre
- bronze
Entre em contato para maiores informações pelo telefone 011 4976 2688 e/ou visite nosso site www.cormetal.com.br"
Continua dura a minha luta pela normalidade.
CORMETAL
COMPRAMOS SUCATA
A Cormetal, que atua a mais de 20 anos no mercado de RECICLAGEM compra para reciclar:
- alumínio
- inox
- latão
- metal
- cobre
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Entre em contato para maiores informações pelo telefone 011 4976 2688 e/ou visite nosso site www.cormetal.com.br"
Continua dura a minha luta pela normalidade.
segunda-feira, abril 17, 2006
sábado, abril 15, 2006
Em nome de Portugal entra na onda
nas últimas semanas cantaram-se loas ao miudo Boss AC, pioneiro do hip-hop em Portugal, batalhador que conseguiu ocultar de forma sagaz o drama de se chamar Ângelo César, empreendedor que canção a canção, tijolo a tijolo, foi trepando até conseguir certos e determinados unanimismos. Reconheça-se o mérito do menino mas para mim ele será sempre o autor do hino de campanha de Cavaco Silva em 1996. E essa merda eu não lhe perdoo.
sexta-feira, abril 14, 2006
quinta-feira, abril 13, 2006
Espaço Pub
recebido por sms:
"esta 5ª dia 13 pelas 23h, festa dos 10 anos da biblia em Lisboa no cabaret maxime na praça da alegria com ref, the act-ups e djs glam slam dance (señor pelota e mario v.) + biblia 24 e 25. gostariamos mto de contar com a tua presença nesta kuadra pascal, ab tiago."
deve ser festa em bom, se esquecermos os tiques de escrita sms do tiago gomes, esse jesus do underground e dos milagrosos financiamentos públicos à revista
recebido por sms:
"esta 5ª dia 13 pelas 23h, festa dos 10 anos da biblia em Lisboa no cabaret maxime na praça da alegria com ref, the act-ups e djs glam slam dance (señor pelota e mario v.) + biblia 24 e 25. gostariamos mto de contar com a tua presença nesta kuadra pascal, ab tiago."
deve ser festa em bom, se esquecermos os tiques de escrita sms do tiago gomes, esse jesus do underground e dos milagrosos financiamentos públicos à revista
quarta-feira, abril 12, 2006
Das diferenças que fazem a diferença # 9
intelectual que se preze tem na figura feminina fonte de inspiração, de sublimação do eu, do nós, do vós, do eles. Tecem loas a musas em pontos inspiradores [e com classe] por esse mundo fora. Imbuídos da necessidade de idealizar uma influência positiva por via de almas e corpos curvilíneos poderíamos encontrá-los tecendo odes à Vitória de Samotrácia em Paris. Ou defronte das Demoiselles d'Avignon em pleno MoMA, de mão dada com as madrinhas/tias/avós. Mulheres que respiram cultura, dado que elas próprias são representações que tornam inequívoco o génio do Homem. O facto de as musas substituirem as mulheres verdadeiras na vivência erótica dos intelectuais não é assunto que queira aqui aprofundar. Diria apenas que, no meu caso, a minha mulher é a minha maior fonte inspiradora. Conhecida nalguns circuitos como a Rainha dos Ciganos chega-me a casa com estórias como a do pequeno Maranu [Luis] do bairro do Zambujal, colado portanto à modernidade sueca do IKEA, que tem 11 anos e que está prometido em casamento à Xanaiza [Núria] de 10 anos, habitante do bairro da Ameixoeira, e colada apenas a cercanias de degredo. Espera-se que quando chegar a altura de consumar a união, ou seja daqui por 3 ou 4 anos, o pai de Xanaiza, conhecido como "Mô", já tenha saído do estabelecimento prisional porque na voz da família "ele trafica mas não merecia estar preso, é uma injustiça, é um moço bonzinho que nunca fez mal a ninguém", cumprindo-se assim boda a preceito com os progenitores a assistirem deleitados, enquanto os parentes masculinos disparam tiros para o ar.
Cada um tem a musa que merece, lá diz o povo, soberano. Eu tenho a minha, amantíssima, e tenho este blogue. Todas as coisas têm uma explicação.
intelectual que se preze tem na figura feminina fonte de inspiração, de sublimação do eu, do nós, do vós, do eles. Tecem loas a musas em pontos inspiradores [e com classe] por esse mundo fora. Imbuídos da necessidade de idealizar uma influência positiva por via de almas e corpos curvilíneos poderíamos encontrá-los tecendo odes à Vitória de Samotrácia em Paris. Ou defronte das Demoiselles d'Avignon em pleno MoMA, de mão dada com as madrinhas/tias/avós. Mulheres que respiram cultura, dado que elas próprias são representações que tornam inequívoco o génio do Homem. O facto de as musas substituirem as mulheres verdadeiras na vivência erótica dos intelectuais não é assunto que queira aqui aprofundar. Diria apenas que, no meu caso, a minha mulher é a minha maior fonte inspiradora. Conhecida nalguns circuitos como a Rainha dos Ciganos chega-me a casa com estórias como a do pequeno Maranu [Luis] do bairro do Zambujal, colado portanto à modernidade sueca do IKEA, que tem 11 anos e que está prometido em casamento à Xanaiza [Núria] de 10 anos, habitante do bairro da Ameixoeira, e colada apenas a cercanias de degredo. Espera-se que quando chegar a altura de consumar a união, ou seja daqui por 3 ou 4 anos, o pai de Xanaiza, conhecido como "Mô", já tenha saído do estabelecimento prisional porque na voz da família "ele trafica mas não merecia estar preso, é uma injustiça, é um moço bonzinho que nunca fez mal a ninguém", cumprindo-se assim boda a preceito com os progenitores a assistirem deleitados, enquanto os parentes masculinos disparam tiros para o ar.
Cada um tem a musa que merece, lá diz o povo, soberano. Eu tenho a minha, amantíssima, e tenho este blogue. Todas as coisas têm uma explicação.
terça-feira, abril 11, 2006
segunda-feira, abril 10, 2006
A vida é uma imensa grelha
reportagem de aqui há atrasado referente a uma refrega de aniversário familiar, por afinidade, em universo de soberba carnívora e mimos de carvão. Refere-se aqui a visita ao mítico porque pouco blogosférico "Churrascão 2", sítio de arredores sobre o qual não se bloga, logo não existe para a intelligentsia a quem ainda não se apalpou o QI. Ou a maminha. Ou mesmo a picanha. O eixo é Famões, concelho de Odivelas. O epíteto de 2 supõe a existência de um Churrascão 1 pelo que cheira a upgrade a piar mais fino com as coisas na brasa. Os convivas vão sobretudo em grupo, são sobretudo jovens, não usam sobretudo mas malhas de ralph lauren quase verídicas e tops de umbigo à mostra mais-valia-que-andassem-todas-nuas-estas-galdérias. A rapaziada esgota os stocks do gel, espuma ou três A's girassol que haja nas redondezas. Elas empastelam-se em madeixas, brincos argola de pendurar papagaio e unhaca brilhante. Todas se bamboleiam, como se fizessem jus aos Gipsy Kings de tubo de escape alargado e luz roxa a pairar. Eles riem alarves, passe a redundância, e comparam modelos de telemóveis que nos outros tempos comparar-se-iam pirilaus mas que o decoro hoje já não o permite embora elas mais-valia-que-andassem-todas-nuas, valha-me Deus. No Churrascão 2 manda o Santo Buffet porque deus é pequenino e está na fila para os rissóis e almofadinhas de carne, à guisa de entrada e à vista de um tupperware de saída. Em quase todas as mesas se cantam aniversários, momento em que se apagam luzes, todo o restaurante canta em uníssono "para dar barraca" e atiram-se bocas de alguma previsibilidade: "agora dá cá bolo", todos o esperavam e no entanto todos riem, enquanto piscam o olho à mais fofa da mesa ao lado. Na sala do fundo joga-se o conceito de zona VIP [very importante pig], ou seja, o tugúrio onde se faz rodízio a preço fixo. Cremalheiras desfeitas e à vista, embrulhadas em maminha, em picanha, em febra transformada por modernidade e necessidade comercial em "secreto" de qualquer coisa. Fio de oiro e cachucho e mulher besuntada em permanente na cadeira adjacente. Aqui joga-se alto, com média de idades a trepar. Há animação "live", uma banda de maduros executa números que fazem a massa humana bailar, assim o álcool aterre nas meninges, empastado em chichas grelhadas e com a cabeça longe do défice, do IVA ou do pacto de varsóvia . Ou de "estava lidade" ou lá o que é. Os bandoleiros, no sentido de membros da banda, desfilam êxitos do Cid, do Emanuel, o Sinatra com o My Way à espanhola, um set de pôr as celulites aos saltos, enquanto os petizes furam por debaixo das mesas, fazendo saltitar o feijão preto nas escudelas. O palco não é neutro - na parede de fundo campeia um registo ao estilo fresco, com o monumental Titanic a dizer olá aos enchedores de pança, oxalá o Churrascão 2 não esbarre no icebergue da indiferença dos odivelenses e similares, por muitos e bons anos. À saída o linguajar redobra, fica-se à beira da estrada a chalacear com as faces rosadas, e vice versa, carros passam e apitam ou lançam os faróis nos máximos como quem pisca o olho cúmplice, "com que então também foram à maminha". Júbilo geral, o tom de festa vai-se desvanecendo enquanto me aproximo do meu carro, morro acima, mesmo em frente à pizzaria Flagrante Delitro. E com isto está tudo dito.
reportagem de aqui há atrasado referente a uma refrega de aniversário familiar, por afinidade, em universo de soberba carnívora e mimos de carvão. Refere-se aqui a visita ao mítico porque pouco blogosférico "Churrascão 2", sítio de arredores sobre o qual não se bloga, logo não existe para a intelligentsia a quem ainda não se apalpou o QI. Ou a maminha. Ou mesmo a picanha. O eixo é Famões, concelho de Odivelas. O epíteto de 2 supõe a existência de um Churrascão 1 pelo que cheira a upgrade a piar mais fino com as coisas na brasa. Os convivas vão sobretudo em grupo, são sobretudo jovens, não usam sobretudo mas malhas de ralph lauren quase verídicas e tops de umbigo à mostra mais-valia-que-andassem-todas-nuas-estas-galdérias. A rapaziada esgota os stocks do gel, espuma ou três A's girassol que haja nas redondezas. Elas empastelam-se em madeixas, brincos argola de pendurar papagaio e unhaca brilhante. Todas se bamboleiam, como se fizessem jus aos Gipsy Kings de tubo de escape alargado e luz roxa a pairar. Eles riem alarves, passe a redundância, e comparam modelos de telemóveis que nos outros tempos comparar-se-iam pirilaus mas que o decoro hoje já não o permite embora elas mais-valia-que-andassem-todas-nuas, valha-me Deus. No Churrascão 2 manda o Santo Buffet porque deus é pequenino e está na fila para os rissóis e almofadinhas de carne, à guisa de entrada e à vista de um tupperware de saída. Em quase todas as mesas se cantam aniversários, momento em que se apagam luzes, todo o restaurante canta em uníssono "para dar barraca" e atiram-se bocas de alguma previsibilidade: "agora dá cá bolo", todos o esperavam e no entanto todos riem, enquanto piscam o olho à mais fofa da mesa ao lado. Na sala do fundo joga-se o conceito de zona VIP [very importante pig], ou seja, o tugúrio onde se faz rodízio a preço fixo. Cremalheiras desfeitas e à vista, embrulhadas em maminha, em picanha, em febra transformada por modernidade e necessidade comercial em "secreto" de qualquer coisa. Fio de oiro e cachucho e mulher besuntada em permanente na cadeira adjacente. Aqui joga-se alto, com média de idades a trepar. Há animação "live", uma banda de maduros executa números que fazem a massa humana bailar, assim o álcool aterre nas meninges, empastado em chichas grelhadas e com a cabeça longe do défice, do IVA ou do pacto de varsóvia . Ou de "estava lidade" ou lá o que é. Os bandoleiros, no sentido de membros da banda, desfilam êxitos do Cid, do Emanuel, o Sinatra com o My Way à espanhola, um set de pôr as celulites aos saltos, enquanto os petizes furam por debaixo das mesas, fazendo saltitar o feijão preto nas escudelas. O palco não é neutro - na parede de fundo campeia um registo ao estilo fresco, com o monumental Titanic a dizer olá aos enchedores de pança, oxalá o Churrascão 2 não esbarre no icebergue da indiferença dos odivelenses e similares, por muitos e bons anos. À saída o linguajar redobra, fica-se à beira da estrada a chalacear com as faces rosadas, e vice versa, carros passam e apitam ou lançam os faróis nos máximos como quem pisca o olho cúmplice, "com que então também foram à maminha". Júbilo geral, o tom de festa vai-se desvanecendo enquanto me aproximo do meu carro, morro acima, mesmo em frente à pizzaria Flagrante Delitro. E com isto está tudo dito.
domingo, abril 09, 2006
naquele tempo flagelava-se a displicência ortográfica. Sobretudo a daqueles cínicos que, embebidos de deleite, faziam prognósticos no fim do jogo.
Da raridade dos meus posts sobre futebol
os Andrades azedaram a festa do críptico Bívar. Admiração blogueira à parte digo que foi um deleite.
Autarquias imperfeitas nas páginas do Público
figuras públicas e do "jet set" em bairros carenciados de Lisboa. Figuras femininas escolhidas para a função que não sabem o que vão fazer. Nem onde. Uma figura masculina "na manga" a anunciar dia 11. Uma mentora conhecida como "Vicky" Fernandes. Estas figuras vão despertar os afectos nas populações pobres, diz ela. "Essa história da competência técnica é patética" diz uma das ditas provedoras. E eu que queria fazer humor com isto e não sei como. Suponho que a hilaridade já esteja implícita.
figuras públicas e do "jet set" em bairros carenciados de Lisboa. Figuras femininas escolhidas para a função que não sabem o que vão fazer. Nem onde. Uma figura masculina "na manga" a anunciar dia 11. Uma mentora conhecida como "Vicky" Fernandes. Estas figuras vão despertar os afectos nas populações pobres, diz ela. "Essa história da competência técnica é patética" diz uma das ditas provedoras. E eu que queria fazer humor com isto e não sei como. Suponho que a hilaridade já esteja implícita.
sábado, abril 08, 2006
Não é fácil ter classe
nos livros de Paul Auster as coincidências e acasos têm um significado real, conduzem a desdobramentos narrativos de génio, mudam a vida de pessoas. Um telefonema atendido por engano muda uma vida inteira. Eu também passo uma vida recheada de coincidências mas em versão popularucha. Veja-se que a nova menina da securitas do sítio onde trabalho tem uns óculos iguais aos meus. Que pobreza de metáfora de vida.
nos livros de Paul Auster as coincidências e acasos têm um significado real, conduzem a desdobramentos narrativos de génio, mudam a vida de pessoas. Um telefonema atendido por engano muda uma vida inteira. Eu também passo uma vida recheada de coincidências mas em versão popularucha. Veja-se que a nova menina da securitas do sítio onde trabalho tem uns óculos iguais aos meus. Que pobreza de metáfora de vida.
sexta-feira, abril 07, 2006
mÚSICA & dESIGN e outros cultos do bizarro
a participação dos leitores no agridoce vai-se solidificando, nomeadamente ao nível das músicas do mundo e respectivo design. Por sugestão dos meus amigos Kaiser Soze e Loba ficam duas encarnações do portuguesíssimo Artur Gonçalves, alvo de um culto reverente online. Para não mostrar o degredo em prestações fica aqui o link que revela toda a verdade. É um deleite, caros 12 leitores, um mimo dos verdadeiros.
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