Países imperfeitos
uma leitura atrasada do artigo de destaque do Público de domingo dá que pensar. Compilando dados do Eurostat e da ONU cria-se um leque de informações que nos habituámos a ver dispersas, que fazem parte do senso comum, mas que em apresentadas em conjunto são um estalo na cara. A união faz a fossa, digo eu. Genericamente fica-se a saber que:
? Portugal é o país mais desigual da União Europeia
? Portugal é o país com maior taxa de abandono escolar da União Europeia
? Portugal é o país com a maior taxa de pobreza persistente da União Europeia
? Portugal é o terceiro [hurra!!] país da União Europeia com maior taxa de crianças pobres
? Portugal tem comprovadamente dois milhões de pobres, sendo que desses cerca de 200.000 vivem na indigência absoluta, segundo o Conselho Económico e Social.
Mas nem tudo são más notícias, arautos do sucesso globalizado que deploram a velhice do discurso de comunistas, bloquistas e outros esquerdalhos têm razões para sorrir - Martim Avillez, Sérgio Figueiredo, Sarsfield Cabral, César das Neves e outros que tais ficaram a saber que a venda de automóveis da gama luxo subiu na casa dos dois dígitos, um autêntico prodígio à chinesa. Ou que o mercado de venda de casas acima de 500.000 euros não sofreu estagnação.
Como se vê há sempre quem tenha razões para sorrir, gente que não cede ao pessimismo.
Quanto à restante massa anónima, e mesmo tendo de borla imagens televisivas como a que aqui se reproduz, ri de quê?
* o tríptico de Cavaco, homem que mais tempo ocupou o poder executivo desde o 25 de Abril, foi gentilmente roubada ao coisas de trazer por casa.
