sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Uma parábola de Gonçalo M. Tavares [parece que o M. é de Manuel] n'A Capital que me faz lembrar alguém candidato a 1º ministro

"Era uma vez um pulha. Esse homem, apesar de pulha, tinha dois mandamentos éticos; mandamentos que seguia sempre, sem qualquer desvio. O primeiro princípio ético era: Só fazer pulhices, se tal lhe trouxer popularidade. O segundo princípio: Não fazer pulhices, se estas não lhe trouxerem popularidade. Assim, certas vezes ele fazia pulhices, outras vezes não fazia pulhices. Quando fazia pulhices, era porque seguia o seu primeiro princípio ético. Quando não fazia pulhices, era porque seguia o seu segundo princípio ético. Naquele dia, o pulha - mal acordou - fez logo a primeira pulhice. Passados uns minutos fez a segunda pulhice. Uma hora depois fez a terceira pulhice. A seguir: a quarta pulhice. Uma hora mais tarde: quinta pulhice. A seguir: sexta pulhice. E com meia hora de intervalo: sétima pulhice, e oitava. A nona chegou pouco passava das seis da tarde. E a décima pulhice foi feita à hora de jantar. Mal acabara de fazer esta décima pulhice, as pessoas em volta levantaram-se e protestaram: - É a décima primeira pulhice que você faz hoje. Já chega! O rosto do pulha ficou vermelho; e irritado disse: - Não é verdade! Esta não foi a décima primeira pulhice que eu fiz! Vocês estão a mentir! O pulha acabou a exigir um pedido de desculpas a todos os que o rodeavam, e foi para casa sentindo-se muito ofendido. (Ficções do Senhor Kraus) "

[dica roubada ao BDE]