Zoologia e celulóide
Quantidades impensáveis de animais, paisagens idílicas e escarpadas, personagens a raiar o improvável, música demolidora e fanfarrona, mais animais, louça partida e festas decadentes, uma cantora de ópera sem voz, a voz dos morteiros a partir o casario, um comboio que nunca pára, ainda MAIS bicharada, uma enfermeira cara-de-anjo a espaços ensanguentado, uma cadela e um gato ao desafio, um ingénuo que não acredita que a guerra já chegou, personagem-espelho do realizador que ainda não acredita na sua terra despedaçada em que vizinhos de ontem se esventram ao som de mais fanfarras, cocaína e contrabando, uma burra que chora lágrimas jugoslavas, um jogo de futebol nas raias da loucura. Uff. A Vida é um Milagre e somos nós que o fazemos. Ou não.