terça-feira, agosto 03, 2004


Do perigo da institucionalização

Quando os Xutos para mim eram relevantes cantavam com uma visceralidade e uma acutilância que foi desmaiando ao longo dos últimos anos, em sentido contrário à popularidade e contas bancárias. Dantes o amor cantava-se assim:

Sexo

Ela veio-me beijar, como jamais beijara
e eu fiquei a olhá-la, como jamais ficara
mostrou-me o seu corpo, como jamais mostrara
e eu fiquei tão quente, como jamais ficara
virou-se pra mim, como jamais virara
segurei-lhe a mão, como jamais segurara
ofereceu-me a boca, como jamais ofertara e eu fique a amá-la, como jamais amara

Ela veio-me morder, como jamais mordera
e eu lutei com ela, como jamais lutara
pegou-me no falo, como jamais pegara
e chupou-me o sangue, como jamais chupara
virou-se de costas, como jamais se virara
segurei-lhe as coxas, como jamais segurara
deitou-se na cama, como jamais se deitara
e eu entrei enfim, como jamais entrara.

Agora, depois da institucionalização soam assim:

Ai se ele cai

Todos os dias te vejo Todas as noites te quero
E eu vou procurando Um sinal em ti Que me faça rir
É pá mas nunca mais vem
Vou tirando fotocópias E vou pensando em ti
E vou adivinhando todos desejos E todos beijos Que temos para trocar
E de tanto querer De tanto gostar De tanto te amar Tenho medo de te perder
Ai se ele cai Vai se partir Meu coração Vai-se partir
Todos os dias te tenho Todas as noites te abraço
E vou aproveitando Tudo o que tu tens Tudo o que me dás
Nem consigo acreditar Meu amor, se isto é só um sonho bom
Tenho medo de acordar E de tanto querer De tanto gostar
De tanto te amar Tenho medo de te perder
Ai se ele cai Vai se partir Meu coração Vai-se partir .................

a xaropada ainda passa....mas a alusão ao tirar de fotocópias.....meu deus