sexta-feira, novembro 28, 2003

Tribal

a propósito das lides futebolísticas da Lusitânia, ficámos a saber que o nosso primeiro-ministro mantém uma costela terra-a-terra e colectivista, com retoques de realismo mágico. Em visita ao estádio do dragão, enalteceu o carácter guerreiro e nómada dos masai, gentios da fronteira entre a Tanzânia e o Quénia que estão organizados em tribo. Vincou o facto de as suas indumentárias serem vermelhas (remember me Arnaldo Matos?) e embrulhou a associação Portugal-FCPorto-Selva num registo semi-cabalístico. Efabulou como um Calvino. Reinventou o conceito de desporto-rei, aprofundando o seu carácter universal, sem fronteiras.
O registo em jeito de quimera faz todo o sentido; na linguagem simbólica a quimera era um ser híbrido, que possuia cauda de dragão e vomitava chamas. A quimera não podia ser enfrentada de frente. O Mourinho e seus rapazes também não. Nem sequer o défice público, não é Zé Manel?